segunda-feira, 16 de julho de 2012

Como num piscar de olhos



Tenho na essência de ser toda correta, certinha. Aprendi desde pequena, o certo, a verdade, o correto, não sair da linha, do tipo  que ter uma dívida no botequim já é motivo pra perder o sono. 

Tudo sempre é milimetricamente, demasiadamente pensado. Quase uma caretice.

E ela ainda não se desvinculou por completo desse corpo.
E carrego a essência até hoje... ser correta, certinha, na linha, tudo nos mínimos detalhes. Dar um passo além, volta e meia, é quase impensável, eu disse, quase.

Quando fui viajar para Arraial D’Ajuda e Trancoso com minha amiga Caroline, graças, exclusivamente, a ela, tudo foi resolvido sem muitos rodeios.

Pois às vezes é necessário. Necessário dar um salto, um pulo largo, um vôo, um suspiro mais caliente, uma gargalhada escrachada, um afago, um carinho mais direto.

Como tudo tem sua hora, as coisas andam, o pensamento muda, a vida gira. As coisas tem que acontecer, o trabalho tem que ocorrer, o dinheiro tem que entrar, o coração tem que se abrir, os olhos tem que piscar, mais !!

Ando saindo um pouco da caretice, até porque a vida ta aí, a gente tem que dar a cara, nem que seja para o tapa ou para o carinho. Não adianta ser tão corretinha e certinha e deixar a brisa passar e nem sentir os cabelos sacudirem. To abraçando o vento, caminhando em zigue zague, sorrindo, chorando, sofrendo e, vivendo.

De nada adianta passar a vida, corretinha e certinha e sem rabiscos, arranjos ou registros dos altos e baixos. Se der os braços e não for abraçada, tudo bem. Não adiantará fechar os braços e achar que um abraço não virá logo adiante.

O negócio é sair do milimetricamente pensado. È continuar de braços abertos. Para receber os abraços, seja de quem for, de onde for, da vida!

Comecei a praticar, com sucesso. Como num piscar de olhos, ontem poderia estar chorando e de braços fechados, hoje não mais !

Como num piscar de olhos, a vida ta aí, por aí, hoje, te mostrando uma cor. E amanhã poderá será outra !

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Fazendo o balanço anual !




Sim, em final de ano, parece final de mandato eletivo.
Relatório anual dos feitos, dos erros, acertos, não feitos e por aí vai. É contagem regressiva.
Na Contabilidade, é hora de arregaçar as mangas e preparar relatórios finais.
Meu relatório de final de ano, se resumirá em algumas palavras..


Culpa.
Sim sou culpada por deixar esse blog tão, mas tão abandonado por tanto tempo. Quem já passou por aqui, sabe o quanto gosto de escrever, relatar fatos, situações, expor coisas simples, básicas ou apenas que se tornaram interessantes para mim. E senti nos últimos meses um vazio intelectual, um bloqueio, que me impediu de expor quaisquer coisas aqui, sem que me tornasse chata, repetitiva ou desinteressante. Não que alguém possa vir aqui e achar o ápice da maravilha, mas eu sinto uma necessidade, mesmo que às vezes ínfima, de expor algo interessante. E eu o deixei por muito tempo de lado.
Espero que minha cabeça volte a fervilhar para que eu não o abandone tanto.



Raiva.
Senti raiva, raiva de atitudes próprias, atitudes de outros. Quando pensei que alguém poderia estar junto comigo, em interesses mútuos, almejando objetivos maiores, vi que não era tão fácil, prático e objetivo assim. Senti uma raiva, mesmo que pequena, de que tudo que eu almejava poderia ir para o ralo.
Revirei pensamentos, objetivos e com o passar de pouco tempo, vi que raiva não acertaria nada, somente iria trazer-me mais desilusão.. Tomei a providência rápida e a fiz dissipar-se.



Desilusão.
Concomitante a raiva, surgiu a desilusão. Desilusão com propósitos, objetivos, pessoas. Coloquei certezas, clarezas e esperanças em situações que não se propagaram. Desiludi-me com coisas muito almejadas e nem sempre isso é bom, óbvio, não é bom, afinal foi algo muito almejado e não concretizado. A desilusão, obviamente, iria bater.
Bateu. Foi ruim. Gosto ruim, mas como tudo, se saboreia, se prova, se rejeita, passa.


Saudade.
Senti saudades de pessoas que se foram. Se foram para outro plano, que hoje eu só posso lembrar por momentos alegres, engraçados e fraternos que vivemos. Ainda bem que tivemos e eu pude relembrá-los com carinho e me deu uma baita saudade.
Saudades também, dos que foram, mas para outro lugar, ainda nesse plano, mas a alguns quilômetros de mim e que não tenho disponibilidade de vê-los a qualquer hora, momento que desejo. Quis, em vários momentos, ao meu lado, mas ainda bem que a cada dia eu relembro que momentos bons, não podemos deixar passar, e mesmo que a longa distância ainda dá para suprir a saudade por meio virtual. Cada dia aprendo que não há motivo que nos impeça de valorizar um segundo sequer de pessoas queridas e que amamos. E eu to valorizando cada um desses segundos.



Tristeza.
Tive momentos difíceis que ocorreram na vida pessoal, profissional e financeira. Tive momentos em que por mais que lutasse parecia que a coisa não iria andar, não iria se resolver, o problema permaneceria. Mas eu não paro um minuto sequer de acreditar que pode mudar. Um minuto sequer paro de batalhar para mudar. Para alterar o quadro. Sempre na esperança, na busca constante para o melhor. E tudo, aos poucos e com persistência veio. Os problemas de saúde se foram para longe e vejo a cada dia a melhora de minha mãe, numa evolução rápida. Almejei alguns objetivos profissionais e eles estão vindo, afinal nunca desisti, por mais difíceis que foram, sejam ou serão.



Felicidades.
Em meio a tantas turbulências, tive muitos momentos felizes. Obviamente a recuperação da minha mãe foi a maior das alegrias. Novamente vê-la como sempre a vi, batalhadora, guerreira, forte, foi e está sendo uma enorme felicidade.
Conheci pessoas que me trouxeram momentos felizes. Alguém pode aparecer na tua vida e ficar, ficar por muito, muito tempo. Pessoas que viram amigos e se consolidam, outros vem te trazem muita felicidade e se vão. Outros, vem e rapidamente se vão. Mesmo assim, independente do período que permanecem, podem trazer felicidades de tamanhos e conotações diferentes. Vivi, vivo e ainda viverei muitas felicidades. Depende de quando, quem e como permanecerão na minha vida, mas independente disso, me preencheram em momentos muito bons.



Gratidão.
Em contrapartida a desilusão, raiva, eu agradeço sempre por certas situações, momentos e/ou pessoas que passam ou estão na minha vida. E eu tenho uma gratidão enorme por muitas delas. Pessoas principalmente, que estão na minha vida e são de uma importância imensa, que me deixam mais feliz e realizada a cada dia, por estarem sempre de braços abertos a me ajudar, me receber, me acalentar.


Realização.
É uma palavra com um sentido enorme, bravo. Termino meu ano, feliz, realizada pelo que, por mais que tenha tido percalços pelo meio do caminho, cá estou conseguindo realizar certos objetivos. Realizado sonhos, realizado coisas difíceis, batalhadas.
Tenho muito mais sonhos a realizar, muito mais batalhas a percorrer, muito mais objetivos a alcançar.
Mas para isso, outro ano, logo logo ta batendo a minha porta.
Pode vir, estou te esperando de braços abertos.



Feliz Natal e um excelente 2012 para todos que, muito grata, passam por aqui.


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Você tem um sonho ??


Ouço desde minha pré-adolescência, “Tia Xuxa – a rainha dos baixinhos” dizer, “acredite nos seus sonhos”.. sempre achava aquilo uma balela... Afinal, eu sempre tinha, em mente, pelos fatos da vida, uma ótica mais para responsabilidades, objetivos e projetos do que simplesmente “sonhos”. Sonhos .... uma coisa utópica, sem objetivo sério, apenas sonhar .... mas com o que ??? E continuei pela vida afora sem ter sonhos, grandes sonhos... no fundo, acho que todos temos sim.. Eu mais prezo ainda hoje pelo âmbito de projetos e objetivos. Mas sonhar, faz parte.


E desde a adolescência, implicitamente, venho mantendo um sonho.. A cada disco ouvido ele só aumentou. Não posso negar que graças a intervenção do meu irmão.

Quando ouvi pela primeira o “bolachão” com aquele gurizinho na capa .. pronto! Não tinha mais como voltar atrás. Foi paixão instantânea!

Daí pra frente, só foi consolidando, sucesso após sucesso, disco após disco.

Quando escutei “With or Without you”, foi amor à primeira vista, ou oitiva! Recordo que comprei um dicionário de inglês e traduzi toda ela. Anos mais tarde vi que, até traduzi direitinho! Aí depois só foi somando, admirando, ouvindo e consolidando a paixão pelos caras. Tempo atrás, já em fase de orkut, nas minhas comunidades, consistia uma “Eu ainda vou num show do U2”.

É aquele sonho!




Nas duas turnês anteriores, que eles vieram ao Brasil, lembro que meu amigo disse-me: “Vamos”??

Na época eu trabalhava, nessas duas oportunidades em regime celetista, escritório, horário, chefe. Como eu ia chegar e dizer: “Chefinho, me libera que tenho que ir ao show do U2?” minha caretice séria, não me dava chances de arrumar um jeito.

Fica para a próxima. Restou-me olhá-los pela TV. Só reforcei nesses períodos, que um dia irei vê-los.

Até o ano passado com o boato de que viriam a Porto Alegre, então me animei. Essa não escapa! Boato, apenas, boato! Mas viriam a SP. Agora já não mais fazendo parte de um escritório, horário, chefe, meu amigo veio: “Vamos né’?

É, agora os empecilhos seriam bem menores. Quando abriu a venda de ingressos, foi aquela correria, ingresso caro, ir a SP, trâmite, gastos, etc. Pensa, soma, diminui, vamos embora! O dia chegou!




Minha ficha só caiu, quando os caras começaram a cruzar o trajeto até o palco. Nem o show do MUSE (que foi bem legal), não me remetia ao que estava por vir.

Quando a ficha caiu eu estava lá. Lembrando da época do dicionário, do bolachão, de cada disco lançado, das turnês que não pude ir, da história das músicas, da trajetória, da realização de um sonho! Eu não sabia se eu ria, chorava, cantava, pulava ou fica boquiaberta pela beleza, pela grandiosidade, pelo espetáculo, por ouvir as músicas tão ouvidas e cantadas há tanto tempo.

Eu não estava em um show, estava NO show.

Era O show !







Sim, eu tinha um sonho. Talvez tenha outros tantos, implícitos, que se eu parar para pensar, tenho a realizar. E nesse caso em especial, esse sonho será eterno. Nunca irá cessar. Sempre estará sendo renovado. Até a próxima concretização.


Até o próximo show, U2!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Precisando de um tsunami interno

Em tempos em que o real fez um estrago danado no outro lado do mundo, queria que um tsunami fizesse uma varredura, remexesse coisas que estão meio a contragosto.
Tem tempos que só uma revolução para dar ares de reviravoltas e reviradas, para ver onde está o eixo.
Há tanto tempo não “pisava” em meu próprio blog ... meu deus como pude abandonar o tadinho ???

Nos últimos meses foi tanta coisa a acontecer, trabalho a buscar, a crescer, a estudar. Minha ansiedade nessas horas bate picos altíssimos.
Aliás ela, às vezes, me faz revirar sem sair do lugar. Tanta ansiedade que paira na inércia. Coisa de ansiosa !
Mas enfim, além de buscas de trabalho, momentos impotentes surgiram.
A impotência....

Há um bom tempo atrás, levei um pé na bunda... é, o termo é feio, mas é o mais apropriado... na época, chorei, choraminguei, me descabelei, por não saber o porque daquela situação... porque aconteceu, como aconteceu.. me senti total impotente, sem saber como agir e quando.
Depois de um tempo, raciocinando melhor, vi que a situação se resumia a uma baita carência e uma autoestima abaixo da pata do cachorro !!!
E vi, que aquele momento impotente poderia ser resolvido rapidamente. E foi !
Nada a consertar, o tempo se encarregou.

Outros momentos impotentes, mais recentes não podem ser resolvidos rapidamente. Não dependia e não depende só de mim. Exclusivamente de mim posso auxiliar, mas quando se trata de outro, alguém que se ama muito e está numa situação delicada, a impotência retoma e se alastra. Nesse momento ainda me sinto um tanto impotente, como se as coisas escorregassem pelas minhas mãos e não tendo como buscar a ponta do fio.
O sintoma não é meu, e não é fácil encontrar formas de acabar com a sensação de impotência. Ao mesmo tempo, no decorrer das fragilidades que minha mãe mostrava, vi que eu sou forte, ela também. Ela tenta reconstruir sua fortaleza, eu, tento abafar momentos impotentes, única forma de mostrar a ela, que há maneiras de virar o jogo e viver, viver muito tempo que ainda há.


Não sei se o tsunami já está dentro ou exteriorizou, mas tem momentos que demonstro uma leoa, noutros sou um pequeno filhote indefeso.
Uma hora quero colo, noutra estou a afagar.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Falta-me peito !




Não, não estou ressaltando algo referente a forma física ou desejo de encarar o silicone!
Falta-me peito, no caso, é apenas uma expressão de linguagem, uma expressão popular, para definir, falta de coragem.


Não sei se em todos os lugares se usa, mas por aqui é comum.
Pois então, falta-me peito! Porque ?

Tempos atrás eu li o livro “Comer, Rezar, Amar” que fala sobre uma experiência vivida pela escritora, Elizabeth Gilbert, que agora virou filme.
Não é nenhum best seller, mas é bacana. Agradável, leve, tranqüilo, light !! Fácil leitura.
Retrata a experiência que ela vive, durante um ano, após várias insatisfações e desilusões ela resolve pegar a mala e cair na estrada.
E aí, ela divide o ano por 3 países, começando pela Itália depois pela Índia e finalizando em Bali, Indonésia.
Foi um livro que li rapidinho e ao final, pensei...

Putz, não sei se teria “peito” para encarar uma experiência dessas !!


Não sei se teria coragem ! Claro, que antes de pensar nesse ponto, há de se pensar no bolso !!
Como eu sou muito prática e objetiva, primeira coisa que pensaria, bom, quanto custa, quanto precisarei para viver durante um ano por aí.
Passada essa fase, viria a segunda questão. E aí ? E agora ?Teria coragem?
Eu me considero uma pessoa corajosa, ao menos para as atitudes tomadas até hoje, fui, encarei, busquei, abracei.
Claro que, a cada dia, há outras barreiras a vencer, mas isso é a vida cíclica.
Mas ainda não parei para pensar sobre uma possibilidade com essa. Seria que encararia ?
Normalmente a gente ta acostumada a viver correndo, dia a dia, mas sempre tem pessoas do nosso convívio. Família, amigos, namorado.
E aí, num caso desses, tudo é novo, tudo é diferente, tudo é desconhecido, principalmente pessoas.


Confesso que fiquei inclinada a pensar numa possibilidade, não sei se na magnitude da dela, mas qualquer outra, de me aventurar sozinha por aí.
Viajar com outras pessoas é muito legal, mas sempre temos que entrar em consensos, para que todos saiam satisfeitos. Um ou outro, quase sempre, terá que abrir mão de algo para manter a harmonia. Comigo, foi sempre assim.
Mas no caso de pegar a mala e sair por aí, sozinha, buscando lugares, informações, pessoas, conhecimento, vivência, tudo dependerá somente de ti.


E isso, também, deve ser bacana. Pois, inevitavelmente, por mais que possamos ser um pouco tímidos, retraídos, a necessidade obrigará que nos tornemos mais “sociáveis”.
Humm, será que não tenho “peito”?

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Notas de muitos dias !!

Em alusão as minhas queridas amigas blogueiras Sra. Google e Letras Saltitando By que respectivamente nomeiam alguns de seus post’s como “notas da Porra Louca” e “notas de um dia ..... “, cito “notas de muitos dias”, afinal estou ausente há um tempinho.
Em tempos de Copa do Mundo, onde não se fala em outra coisa (ainda bem que está acabando):

1. Andava e ainda ando mais atarefada que o Dunga. Não conseguia parar e ter um tempo para poder escrever com calma e algo interessante por aqui. Ainda bem que eu não tenho que deparar-me com repórteres e fotógrafos. Ele já foi derrotado.
Eu espero não ficar tanto tempo fora novamente e diferente dele, sem derrotas.

2. Não canso de me surpreender com as pessoas, tanto positivamente como negativamente.
Pois em total situação de impedimento, barrei o seguimento de pessoa que achava que podia usar de artifícios e seguir a vida numa boa, mesmo com sérios impeditivos.
Levou cartão vermelho e no meu time não joga nunca mais, sem redenção.

3. É engraçado quando ouço por aí que tem mulher que baixa barraco, homens que dizem “aquela é louca”, que não tem medidas e por aí vai.
Pois eu não faço e não gosto de barracos, mas uma medida mais enérgica é sempre bem vinda. Como já falei por aqui, deixar de falar e engolir sapos é só para causar uma úlcera. Desta vez mandei todo e qualquer sapo engasgado para seu lago. Não precisei de barraco algum para falar o que precisava, colocar pingos nos is, verdade nua e crua e sem descer do salto. E numa total elegância! Que alívio !

4. No mesmo quesito surpreender, positivamente. Vejo que fazer o bem é uma dádiva. E encontrei pessoas que não cansam de querer ajudar, pessoalmente, profissionalmente principalmente, com a máxima atenção.
Pessoas assim são uma benção na vida e merecem valor diariamente.

5. Amigo que é amigo, não adianta. Pode ficar tempos sem se ver, pode ficar só falando por MSN, telefone, mas ele ta lá quando precisares. E assim tem sido com uma amiga de longa, longa data. Na nossa cidade natal, somos vizinhas. Aqui, estamos há muito tempo sem um encontro pessoal, mas quando precisei ela tava pronta para ajudar. Quando ela também precisou, lá estava eu. Mesmo que, a distancia, o valor e a força de um amigo sempre é fundamental e vital. Compartilhamos forças e ficou mais sólida ainda nossa amizade.

Voltando !!!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Hoje, mais a celebrar do que lamentar ..


Tem dias que as coisas correm tão sem graça que parece que o dia nem aconteceu.
Outros, as coisas se movimentam de modos e sensações diversas.
Hoje foi um deles.

Estou tremendamente assoberbada de trabalho, tentando agregar o que posso para alavancar a vida financeira e, claro, a profissional.
Nem sempre, nesse sentido, fazemos escolhas certas, mas faz parte errar para saber daqui a pouco mais, aonde não vamos mais pisar.
Tem situações que às vezes se negar, em certos momentos, não é propício e em outros é melhor fazer para não se arrepender logo ali adiante.
E claro, eu vivo de arrependimentos ou de fazer ou de não fazer.
É o velho ditado, quebrando a cara que se aprende. Em outras to evitando dar a cara pra quebrar.

Tive essas duas situações em poucas horas.
To tentando ajustar coisas que não andam muito nos eixos, mas ainda pareço que não tenho autoridade suficiente sobre mim mesma para dizer não. E sei que, no momento, não tenho propriedades suficientes para responder que sim. São etapas que não dá para pular. Eu tenho sempre a preocupação de que as coisas devem ser muito certas e feitas de maneira extremamente corretas.
Mas e aí me perguntam? Mas se não arriscar, não vai provar. Exato, mas creio que posso arriscar quando tiver consciência de que tenho conhecimento de causa, antes acredito que não posso dar esse passo.
Fiquei com uma sensação de fracasso momentâneo, incapacidade, mas penso que assim não comprometo situações, momentos, pessoas, e claro, a mim mesma.

Em contrapartida, recebi pela mesma condição profissional, elogios e o reconhecimento pelo que posso me comprometer e ter conhecimento mais aprofundado. Isso me causou uma baita alegria. Ninguém é perfeito e sabedor de tudo. Muito menos eu.
Nesse reconhecimento creditado a mim, portas e oportunidades se abrem, abafando aquela sensação momentânea passada logo ali atrás de que possa ser incompetente para tal função.
Mas não posso pensar como incompetência, mas sim como, acho eu, não conhecedora suficiente até o momento para agregar certas funções.
Isso não pode ser admitido como fracasso, mas como acreditar que não posso abraçar tudo e, por hora, não abraçar coisas ou compromissos que não honrarei com habilidade necessária.
Pode ser insegurança, pode sim, mas também pode ser responsabilidade pelo que vou cumprir.
Amanhã é outro dia, hoje fico contente que pelo qual me comprometi, respondi a altura.
Do restante, amanhã é outro dia a pensar. E não serei incompetente, se meus braços não podem abraçar o mundo.
Fiquei feliz, pelo que eu pude abraçar e ser reconhecida.
Por hora, um vinho pra celebrar o feito!

terça-feira, 20 de abril de 2010

A dosagem da tolerância



Tempos atrás uma amiga me falou que eu sou ou fui, em certa situação, tolerante demais. No caso sobre ao qual falávamos, concordei, reconheci integralmente, sem nada a contestar.
O ato de ser tolerante é uma atitude que, acho, temos que ter sempre. Mas para tudo tem que ter sua dosagem. No caso em questão era tolerante demais.
Deixava de impor minha postura, ou não colocava os fatos com a devida verdade ou realidade que julgo necessárias, até quase a uma submissão. Por que nesse ponto a atitude era diferente?
É algo que me questiono volta e meia, pois perante esta postura, abro precedentes para que certas situações se tornem recorrentes.


Normalmente tenho por hábito falar, colocar minha posição de forma franca, clara, direta. Em certas situações já presenciei um certo desconforto pela parte ouvinte do meu entendimento. A minha verdade, a minha idéia, a minha postura nem sempre é a mesma do outro e esse nem sempre está a fim ou quer ouvi-la. Direito que lhe cabe.
Mas direito que me cabe é impor meu ponto de vista quando algo não está a meu contento. E nessa situação a qual me foi dito, que sou tolerante demais, fiquei a pensar e pesar as situações as quais se encaixam perfeitamente.
Diante desta tolerância exagerada, tenho que reviver situações que me desagradaram, momentos que não quero que retornem.
Por causa dessa tolerância em excesso, abro portas para que pessoas tomem a liberdade para retornar e acreditar que tem acesso livre ou fácil como em outros momentos.
Não vetei o acesso, visto isso, a liberdade dessas em acreditar que possam romper o limite está aberto, disponível. O limite se impõe para que saibam até onde podem ou merecem ir.


Há pessoas para o qual esse limite tem que existir para que saibam que não tem mais espaço para conviver.
Isso, em virtude daquela tolerância, não foi devidamente colocada nos seus devidos lugares, nos seus devidos patamares.
A verdade, a sinceridade, a clareza, que sempre me é peculiar, em certos momentos e vivências deixaram de existir, se anularam.


Vislumbrei isso e acho que poderei vislumbrar outras mais, visto resquícios que ainda perduram, mas com certeza situações já estão sendo revistas.
A tolerância em demasia será dosada.


Acredito que nem boa donzela nem bruxa má. Resta ainda saber a dosagem certa.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Achocolatando minha criança



A Páscoa passou. Tenho uma certa simpatia por esta data. Digamos que é engraçadinha. Faz lembrar-me da infância, as brincadeiras em torno de encontrar esconderijos de cestinhas, fazer doces e ovinhos e tudo que envolvia.
Mesmo que seja uma data comercial como qualquer outra, há uma certa nostalgia que gosto.



Este ano não foi diferente. Junto com minha mãe em volta de fazer chocolatinhos e doces, conversávamos sobre isso. É reconfortante.
E como eu tenho certa simpatia pelas panelas, às vezes gosto de me aventurar nos doces. Coisa muito simplória, para presentear meia dúzia de pessoas extremamente relevantes e só. Não dá para prolongar a lista de presenteados.


Faço uns simples doces. É mais um ato singelo do que propriamente aquela coisa exacerbadamente comercial de compras exageradas. Um ato carinhoso. Acho que é isso que é o mais relevante.




Nesse sentido sempre cito um tio, meu padrinho, que apesar de sua origem humilde, sempre tem um gesto de carinho e lembrança com presentinhos simples mas simpáticos. Um ato de generosidade.
Acho que terei 50 anos e ele, se vivo for, ainda continuará me presenteando.
Lembro que na minha infância ele, como habitual, jamais esquecera de datas comemorativas e sempre com o presente destinado a data específica.
Na Páscoa, recordo que por muitos anos, ele me presenteava com uns ovos lindos, grandes, coloridos, mas totalmente feitos de açúcar. Nem sei se ainda existem (sou velha !!) e recordo que alegrava muito mais pelo visual do que pelo paladar. Recordo que quando chegava a época tinha ciência de que lá viria mais um daqueles, que eu não gostava nem um pouco, mas aceitava e agradecia, pelo gesto do presente.
Hoje já não os ganho mais (ainda bem!) mas a data não o deixa esquecer do presente.



Eu não costumo presentear a muitos , como já falei, apenas alguns que de uma forma ou outra são importantes. E claro, que não será um pequeno chocolatinho que ressaltará o quão são importantes, mas é um gesto de carinho que tanto pode ser com um abraço, um beijo, um obrigado, ou nesta data, um embrulho de chocolate.
Afinal, ninguém é de ferro, e acredito que muito poucos não gostam desta delícia – acho que não conheço nenhum.



Eu particularmente, reclamo de não estar magérrima, sarada e sim um pouco acima do peso, mas por culpa própria, pois adoro certas orgias gastronômicas. E pelo prazer de presentear outros, também tenho prazer em preparar certos chocolates na Páscoa para meu bel-prazer. E nesse ponto, antes de agradar, acariciar outros, tenho que fazer isso a mim mesmo. Cometi o pecado da gula (bem de leve!) e me dei ao deleite de presentear-me com um chocolate gostoso.




Fez reacender, reavivar a criança, que às vezes esquecemos ou que a mantemos adormecida, a brincar com cestinhas e chocolates.

terça-feira, 23 de março de 2010

A arte imitando a vida

Final de semana vi o filme “Amor sem escalas”. Até acho que já to sendo repetitiva, ou então sem imaginação por estar postando por aqui sobre filmes nos últimos dias.
Às vezes acho chato mesmo, mas este veio a calhar alguns comentários.
Quem não viu, não sei se recomendo, quem viu poderá pensar se teve mesmo conceito que eu.
Não achei nada de mais. Aliás, o melhor acho que foi a menina que faz a colega de trabalho do George Clooney, que depois da participação insonsa no Crepúsculo, aqui ela se mostra um pouco mais ágil, digamos.
Quanto ao Sr. George Clooney (Ryan) apesar de achá-lo meio canastrão, por alguns momentos nesse filme penso que ele deveria ter ganho o oscar ao qual foi indicado.

Não sei se é de rir – pelo fato da coisa se reverter no comportamento entre ele e seu relacionamento amoroso no filme – ou de chorar em compartilhar com ele tristes momentos onde somos tratados de “parênteses”. Quem viu o filme sabe o que relato quanto a namorada dele apenas te-lo usado como uma fuga, um parênteses do casamento rotineiro em que vive.
E a cena onde ele vai afoito e serelepe a porta da casa dela para demonstrar toda sua paixão e empolgação é hilária quando ele realmente vê a verdade nua e crua.
Esse único momento lhe valia o oscar pela cara de total espanto e decepção. Ou ele se mostrou por instantes um ótimo ator ou se deparou com memórias, quem sabe, de um momento de sua vida realmente.

Maldades à parte, o filme num contexto geral mostra um homem que acha que a vida sozinho é o mais magnífico de tudo. Sem ninguém, nunca. Aliás, ele se julga um sortudo por ter todos a todo momento. No corre-corre do dia a dia, no trabalho, no hotel, no corredor dos inúmeros aeroportos, restaurantes, bares, hotéis em que vive praticamente todo o ano.
Claro, que não para muitos minutos para pensar onde está a frieza disso tudo. Se parar, poderá se dar conta.
Se deu conta, mas aí não era o momento e nem a situação certa (onde eu ri da desgraça alheia). Afinal parei para pensar que já fui “parênteses” de alguém.
E quão duro isso é.

E a minha ótica nesse ponto foi de que pessoas como Sr. Ryan (George) fogem todo o tempo. Correm léguas de um relacionamento, qualquer envolvimento onde poderão ficar mais íntimos, mais livres, mais “indefesos”, mais libertos, mais “desprotegidos”.
E a situação ali é tão, tão comum, tão recorrente que seria maçante relatar que o que esse senhor faz é o mais real e cotidiano e não é somente parte de nenhum filme.
Encarar certas coisas na vida, abrir-se, emocionar-se, amar, ser amado, está sendo considerado para uma grande maioria, comportamento extremamente incomum.
O que poderia ser considerado um ato mais leve, uma troca de emoções, sentimentos, está praticamente sendo guardado num baú para que futuras gerações talvez o desengavetem.
O que a assistente dele relata a todo momento seria interessante transmitir a muitas pessoas que acreditam que é mais seguro viver dentro do seu mundinho, sua mala e suas inúmeras horas de vôo solo. Um babaca, um babaca infantil.
O dia que se der conta, poderá ver o quão fácil é deixar de ser apenas um parêntese.
Se é que vai ser fácil esquecer do que foi tratado.

Infelizmente não é só apenas uma cena de um filme, vejo estas cenas comumente na vida real.
Se não se comportassem como únicos, talvez pudessem ser tratados como alguém além de uma estratégia de fuga. Triste situação para o vivente, mais desgraçada ainda para quem tem que usar desta válvula de escape.

Tirar a armadura e mostrar que são apenas pobres mortais, sofredores ou não, já seria um bom começo.
Melhor do que pensar que na janela ao lado, tem um casal que se ama, ou está rindo junto, ou jantando juntos, ou dormindo juntos e continuar apenas sobrevoando a vida.