Estou em momento dedicação exclusiva filha- dona de casa - enfermeira.
Sempre achei, ainda acho e a grande maioria dos meus amigos também acham que sou uma rocha. Às vezes disfarço bem, outras sou mesmo.
Mas se engana quem pensa que a fortaleza não cambaleia.
Pois cheguei a minha cidade no final da semana passada para acompanhar de perto a cirurgia da minha mãe e posterior recuperação.
Não sei ainda se estou no rumo certo do meu ciclo de vida profissional. Gosto do que faço apesar de ter vontade de alçar alguns voos diferentes.
Mas área da saúde, enfermeira, médico, hospital, isso sei, nemmmm pensar !!!
Cheguei exausta depois de uma semana intensa, corrida.
Ultimamente, como já relatei, minhas atividades profissionais estão intensas. Fico muito feliz, claro, mas também, óbvio, acarreta cansaço físico e mental.
Também algumas novidades movimentaram minha vida.
Depois de tempos turbulentos de "dedo podre", olhinhos brilhando é açucar pra alma. Coisa boa quando a gente pode ficar ao menos, vagueando e "viajando" minutinhos ao dia com coisas que te deixam com sorriso abobalhado, parecido com uma boca esgaçada do Coringa.
Para uma pessoa prática, objetiva e cheia de posturas, às vezes penso que ficar matando segundos do dia com a cabeça ao vento pode ser quase um crime. Acho que cometi vários "minutos crime" nos últimos dias.
Isso me deu uma certa calmaria para chegar e encarar o vendaval.
Em primeiro lugar, adentrar em um corredor gelado de hospital, te arrepia até a alma. É um lugar que mesmo que encontre o Brad Pitt no corredor, poderá ser um lugar agradável.
Entrei num deles sexta a noitinha e sabia que tinha que ser forte. Momento fortaleza, ativar !!!
No sábado, já estava a procura do médico igual ao FBI atrás do maior criminoso da história para que liberasse minha mãe.
Quem mandou ele sinalizar isso mais cedo ??? E agora , doutor ???
Pois o simpático nos liberou e fomos para casa. Primeira etapa vencida.
As próximas serão de ajuda constante.
Minha mãe ficou muito debilitada em virtude de atrasos de conclusões médicas até o ponto final, a cirurgia.
Hoje ainda estou em momento enfermeira. Ela é uma guerreira. Nessas horas vejo que puxei muito a ela.
Nunca fomos família de novela - explico: não somos de ficar de meio em meio minuto nos falando o quanto nos amamos, de beijinhos e abraços e memememe.. Acho até que todo amor - que sim existe - é manifestado muito implícito mas tem consistência que não precisa ser notificado no jornal. Não soamos frios, mas a verdade é que esta fortaleza que sempre possuí deve-se boa parte a ela.
Temos uma postura parecida. A fortaleza que não rui, e abre suas portas sempre que alguém precisar adentrar e receber abrigo.
Estou notando o quanto ela se esforça para melhorar rapidamente. Eu enquanto posso estou do lado, dando a assistência necessária para que a reabilitação seja rápida e com sucesso.
Meu momento é totalmente indisponível para assuntos além da porta da casa da minha mãe.
E sabe o que mais me fortalece ?
A força que ela tem para recuperar-se, esta mesma força que me invade e me mantém forte e o carinho dos amigos - estes sempre de intensa importância e relevância na minha vida - que não se esquecem e estão dando-me um minuto de carinho.
Tudo está indo muito, muito bem.
Minha fortaleza não vai nem cambalear. A fortaleza mor, muito menos !